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Criada associação de nadadores-salvadores

No âmbito da cerimónia de oficialização da Safetynor foram entregues os diplomas aos nadadores-salvadores presentes dos trinta que terminaram o curso do Instituto de Socorros a Náufragos solicitado pela Junta de Freguesia de Espinho.

A Associação de Socorro e Apoio Marítimo – Safetynor foi criada com o intuito de coordenar e rentabilizar meios humanos e materiais, ao nível da segurança das praias, numa fase inicial, da freguesia de Espinho, mas com o intuito de alargar a sua área de intervenção a todo o concelho e, posteriormente, Gaia e Ovar.

Coube a António Proença, presidente da recém-criada associação, apresentar os objectivos da Associação de Socorro e Apoio Marítimo – Safetynor, um "projecto de que já se fala há pelo menos 20 anos, mas que só agora se tornou viável."

Explicando que até hoje a segurança nas praias de Espinho era assegurada pelos concessionários, ficando as praias não concessionadas sem segurança e que mesmo o que existia não estava coordenado entre si, o responsável sublinha que este novo projecto trará vantagens para todos: os concessionários que verão os seus custos reduzidos e a qualidade do serviço melhorar, assim como para a população que verá assegurada a sua segurança.

António Proença sublinha que o projecto não é novidade já estando aplicado em outras zonas do país (Madeira e Aveiro são exemplos) e tem por objectivo a articulação dos diversos agentes prestadores de serviços nas praias, na criação de um projecto de socorro integrado.

A Safetynor irá garantir a colocação de nadadores-salvadores na frente de mar abrangida pelo projecto, que terão a garantia de um apoio de retaguarda com nadadores salvadores, médicos enfermeiros e outros meios humanos e materiais, ficando também assegurada a colaboração em parceria com diversas entidades e instituições, desde as forças policias, aos bombeiros, serviços de prestação de cuidados de saúde, entre outros.

Todos os interessados em colaborar no projecto, a título individual, deverão inscrever-se como associados e, no âmbito da Safetynor, também será criada uma bolsa de nadadores salvadores.

De momento, as inscrições ainda são provisórias e todas as informações podem ser obtidas na sede da associação localizada na Junta de Freguesia de Espinho, mas em breve deverá haver mais novidades.

Os custos da associação deverão ser suportados pelos concessionários que pagarão um serviço, pelas autarquias que verão assegurada a segurança nas praias não concessionadas e por outras entidades públicas e privadas que venham a apoiar o projecto. António Proença garante que a associação trará benefícios para todos já que sendo os meios humanos e técnicos (já existentes ou que a associação venha a adquirir) potenciados ao máximo haverá certamente redução nos custos e melhoria na qualidade do serviço.

A Junta de Freguesia de Espinho foi essencial na legalização da associação e o projecto piloto a apresentar com carácter de urgência abrangerá a frente de mar entre a Praia Marbelo e a Praia das Sereias, que ficará dividida em três zonas, de cerca de 600 metros cada uma. No entanto, a associação tem desde já a convicção de que o projecto vai crescer, a curto prazo para as praias de Silvalde e Paramos e em breve para os concelhos de Ovar e Gaia, podendo vir a abranger toda a frente de mar sob jurisdição da Capitania do Porto.

Na cerimónia de oficialização da associação, o presidente da Junta de Espinho, Rui Torres, lembrou o seu passado como nadador-salvador, recordando que já nessa época se falava de uma associação que, enquanto presidente de junta teve agora a possibilidade de ajudar a concretizar.

O autarca refere que já em anos anterior haviam existido contactos neste sentido, mas que agora, em fim de mandato, considerou como essencial a concretização do projecto, para tal, apoiou a legalização da associação que ficará sedeada no edifício da Junta.

Em troca, Rui Torres exige que "um projecto aprovado, credível e exequível" esteja de pé e a funcionar já na época balnear de 2010.

Para que tal seja possível, o mesmo tem de ser aprovado pelos Ministérios do Ambiente e da Defesa, devendo contar com a aceitação dos parceiros (Capitania, Instituto de Socorros a Náufragos, juntas, câmara, concessionários, entre outros). Certo é que, nas palavras do presidente da Junta, o comandante Fragoso Gouveia, da Capitania do Porto/Douro, embora não tenha podido marcar presença na cerimónia, já "exigiu" uma reunião de carácter urgente, com a associação e Junta de Freguesia, para acertar os pormenores do projecto. António Proença também garante que dos possíveis parceiros entretanto auscultados sobre o projecto "também houve grande aceitação e entusiasmo relativamente ao mesmo".

em Defesa de Espinho -Sandra Soares-
24 de Setembro de 2010